domingo, 21 de junho de 2009

BOM, BONITO OU BARATO? - A hora do mercado regional abrir os olhos.

Um dia desses um amigo meu me perguntou sobre a diferença entre um carro básico e um Audi top de linha.

Achei que ele tinha pirado, são dois produtos completamente diferente, no conceito, no público, na tecnologia, no acabamento e principalmente no preço. Um chega a custar 10 vezes o preço do outro.

Ai meu amigo respondeu que a diferença entre um e o outro era de apenas 10%. Eu perplexo perguntei por que.

Ai veio uma explicação muito interessante.

Os dois tem motor, banco, direção, vidros, cambio, freios, rodas.

Eu retruquei : Mas o Audi é muito mais carro!

Sim, respondeu ele, é muito mais carro, mas não faz mais que 10 por cento do que o carro básico, ele pode ir mais rápido, ser mais confortável, mais seguro, mas chega ao mesmo lugar.

Ai eu pergunto para você que está lendo: Porque as pessoas sonham em ter um carro como o AUDI e não sonham com um carro básico, que na época do meu pai chamavam de pé de boi?

A resposta é simples, como já dizia aquele samba enredo, “sonhar não custa nada”, nós publicitários trabalhamos com os sonhos das pessoas, criamos necessidades de consumo, para depois apresentarmos a solução.

Ninguém gosta de ser regular, sempre buscamos mais do que temos, faz parte da natureza humana. Ninguém se contenta com o mínimo, a gente quer sempre o melhor.

Um bom exemplo foi aquele mirabolante slogan criado para o lançamento do Classe A, que dizia assim: “Você de Mercedes”.

Foi o maior fiasco recente da publicidade, porque conseguiu desagradar “Gregos e Troianos”. Quem sempre quis um Mercedes e não tinha condição de comprar, foi insultado em seu sonho, pois o slogan deixava claro que o carro foi feito para quem não tinha dinheiro e queria um Mercedes, já os usuários habituais da marca, que compravam o carro por status, foram também agredidos, pois agora até “pobre” podia ter, o que desqualificava o conceito marca de status.

Depois tentaram corrigir, mais “Pau que nasce torto, morre torto”, e o carro, ao que me parece saiu ou está saindo de linha.

Voltando ao assunto desse texto, que foi pensado para publicitários, mas até agora parece que foi para leitores da Quatro Rodas, vamos levar isso para nosso dia a dia.

Vou falar de Tv porque é a minha praia, mas poderia transpor essa idéia para impresso, rádio, panfleto folder´s, etc, etc, etc.......

Nossas referências televisivas são dadas pelas novelas e programas nacionais das grandes redes, nesse contexto, a qualidade técnica do produto, a atenção com a imagem, iluminação, enquadramento e direção, sempre estão em primeiro lugar.

Tanto isso é verdade, que na briga pela audiência, a Record está investindo muito em equipamentos e técnicos, buscando uma qualidade de imagem e som semelhante a da emissora líder. Com esses investimentos, os índices estão subindo, ainda longe da líder, mas brigando com vantagem com as demais. Isso é uma prova de que as pessoas tem a percepção de qualidade. Poderíamos dizer que a líder tem qualidade “AUDI” e por isso seduz mais gente.

E o que isso tem haver com nós publicitários?

Somos os responsáveis pela produção da mensagem dos nossos clientes, que são inseridas dentro das programações das emissoras, regionais ou nacionais. Nossa obrigação é qualificar a marca de nossos clientes, para que mais pessoas sejam atraídas por essas marcas e seus produtos.

Nesse contexto, gostaria de apresentar uma frase que li uma vez eu um livro de publicidade, “Propaganda barata gera publicidade barata, que normalmente reflete num produto barato”. *

Em todos os ramos empresariais a meta é o bom, bonito e barato, mas isso é discutível, principalmente na área de desenvolvimento de uma idéia, como na produção de um comercial.

Na seqüência temos algumas perguntas boas para pensarmos um pouco, procure responder apenas “sim” ou “não”, porque o “as vezes” é excelente para justificarmos erros e ajuda a não sair do lugar. Esse tipo de resposta para as perguntas pares, pode ser a melhor, mais depende de muitas variáveis convergindo na mesma direção, o que não acontece cotidianamente.

1. Usar uma trilha com direitos autorias pagos é bom?

2. Uma trilha com direitos autorais pagos dá o mesmo resultado no comercial que uma trilha feita especialmente para o filme?

3. Produzir um comercial só com recursos gráficos é bom?

4. Um só com recursos gráficos dá o mesmo resultado que um com captação de imagem?

5. Gravar um comercial é Digital DV é bom?

6. Gravar um comercial em Digital DV dá o mesmo resultado que feito em BETA ou HDTV?

7. Ganhar um comercial é bom?

8. Veicular um comercial ganho dá o mesmo resultado que um comercial produzido especialmente para o cliente?


O barato é relativo. Se por um lado o barato desembolsa menos recursos na hora de investir na propaganda, o barato também retorna menos recursos na hora do resultado da publicidade.

A mídia para o bom e para o barato tem o mesmo custo, mas o resultado é diferente.

Se compararmos o barato local, com o bom nacional, vamos ter uma diferença de zero para os comerciais locais grátis, para uns R$ 400.000,00 dos bons nacionais, mas se formos comparar com os bons, feitos na região, a diferença na maior parte das vezes fica entre zero e o custo de 1 a 2 inserções em programas de grande audiência na região, em alguns casos pode chegar a 3, mas ai são comerciais “topão”.

Acredito que está na hora de ousarmos mais e convencermos o cliente a investir no que nós realmente somos bons, na criação e produção da mensagem, porque veicular é trabalho da emissora.

Lembre, bom é o Audi, bonito pode ser um carro do padrão do Citroen e barato é o básico, que nas produções podemos representar como os “comerciais grátis”.

Se seu cliente quer um pé de boi, use sua experiência e tente convence-lo que ele está errado.

Busque uma produtora parceira, principalmente em mercados regionais, para investir numa mensagem produzida com qualidade. Da forma que as coisas andam, vai chegar um momento em que os clientes vão acreditar que a mensagem não tem valor e a ponte vai ser direta, entre o cliente e o filme grátis.

Esse é um alerta para as agências e produtoras que trabalham prioritariamente em mercados regionais.

* Me desculpe os acadêmicos, mas não lembro o nome do autor e por isso não tenho como fazer a citação.

domingo, 31 de maio de 2009

Imagens NAB 2008

 
 
 
 
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NAB 2009 - A CONSOLIDAÇÃO DA TV DIGITAL DE ALTA DEFINIÇÃO.

Realizada anualmente pela Associação Nacional dos Radiodifusores dos Estados Unidos, (NAB - National Association of Broadcasters), a NABSHOW, aconteceu de 18 a 23 de abril, em Las Vegas.

O evento, que reúne os maiores fabricantes de equipamentos para emissoras e produtoras de Rádio e TV do mundo, é a referencia para lançamentos de equipamentos nesse segmento.

Esse ano foi de consolidação da TV digital de Alta Definição, como sistema de captação, finalização e exibição de TV.

Prova disso, foi a ampliação das linhas dos produtos HDTV existentes.

Entre as mais conhecidas, a PANASONIC investe no mercado Low Cost, com uma nova linha de câmeras com cartão P2 utilizando codec AVC, para facilitar a migração dos pequenos produtores e emissoras do SD para o HDTV com produtos da marca.

A marca também apresentou novos produtos com cartão P2 para produção de porte maior, com compressão AVC Intra, que segundo a fabricante, tem características superiores a concorrência, como uma menor perda de qualidade, quando empregada em multi-gerações. Para quem não conhece, degradação de sinal em multi-gerações, foi o que os fabricantes afirmaram que não haveria, quando lançaram os equipamentos digitais.

Também em HDTV, a JVC demonstrou inúmeras aplicações para as câmeras da linha GY HD, desde uma simples câmera de externa até equipamentos equipados para uso em estádios de futebol.

A Sony, dona do maior espaço no evento, reforçou sua linha de câmeras XDCAM HD, colocando no mercado a PDW 800, uma pequena evolução da PDW 700, que grava em disco óptico de 50Giga em 50Mbt's por segundo a 4:2:2: A câmera lançada agora, incorpora características que na PDW 700 eram opcionais.

A linha ganhou também um novo gravador, o PDW F1800, que pode fazer uma edição básica no material bruto captado em disco ou ser usado como nos antigos sistemas de corte seco, facilitando a migração de profissionais que ainda trabalham no sistema antigo.

A Sony também aposta nos modelos XDCAM EX, uma linha de baixo custo da família XDCAM HD. Com a linha EX, que grava em cartão de memória, a Sony pretende aplicar a participação em pequenas emissoras de TV e produtores. Para isso, assim como a JVC, lançou diversas configurações para a câmera EX 3, possibilitando inclusive seu uso como câmera de estúdio.

A linha HDV da Sony, de custo mais baixo ainda, continua viva

Uma das tendências que está crescendo é a TV com tecnologia 4K. Tanto no estande da Sony quanto no da JVC, foram instalados monitores de 50 polegadas, onde era possível “quase” encostar o olho na tela sem conseguir enxergar onde começa ou acaba o pixel.

A tecnologia 4K tem quase 5 vezes mais pontos de resolução que as atuais Full HD e o dobro da resolução das películas de cinema, mais podem ficar sossegados, essa tecnologia não vai obrigar ninguém a mudar de TV, ela é o cinema digital, ao menos por enquanto.

Os equipamentos de armazenagem de arquivos digitais, chamados de storages, e os sistemas de backup´s, ganham maior destaque a cada dia.

Com a tecnologia digital, a transferência de arquivo de cartões de memória, ou discos óticos para os computadores, fica cada vez rápida, e com isso, os volumes de arquivos armazenados crescem em ritmo frenético. Já existem cartões de 64 gigas. A logística de armazenamento desses arquivos, que saem dos cartões e vão para o computador, tem que ser confiável, pois em qualquer queima de hd sem redundância, pode comprometer um trabalho inteiro. Várias empresas apresentaram suas soluções, desde pequenos storages com 6 hd´s, até gigantescos com espaço para 64. A maior parte com redundância.

Mas a tendência mais forte do evento foi a TV de Alta Definição em 3 dimensões. Presente em todos os estandes das gigantes do ramo, a tecnologia 3D também tomava conta de algumas empresas menores. Essa tecnologia veio para ficar e em pouco tempo já vai abarrotar as prateleiras das locadoras com diversos títulos em Blue-ray.

De forma simplificada, as imagens em 3 dimensões são captadas com duas câmeras paralelas, com o sinal misturado em um conversor especial e editado em ilhas que suportam esse tipo de sinal, o FINAL CUT é um deles. Depois se exibe em monitores especiais. O resultado é maravilhoso.

Para conseguir ter a percepção em 3D's é necessária a utilização de óculos especiais que podem ser ativos (com circuitos eletrônicos) ou passivos (apenas lentes plásticas), de acordo com a técnica empregada na produção do filme. Sem os óculos, temos a impressão que a cena está fora de foco e com fantasmas.Assistir a um trecho do desenho Carros no estande da Panasonic ou a um filme feito pela Sony em 3D's era uma experiência e tanto.

Várias empresas brasileiras expuseram seus produtos, no que foi chamado de pavilhão brasileiro.

Mais uma vez nosso país mandou uma grande delegação, com mais de 1.000 pessoas.

Mais informações: www.nab.org

Silvio Reis Junior – Formado em Comunicação Social com especialização em Radio e TV na FAAP- SP, Pós-Graduado em Marketing Político pela USP. Produtor de Vídeo, diretor da Release Eletrônico. Trabalha com HDTV desde dezembro de 2007.

HDTV - DAQUI PRA FRENTE, TUDO VAI SER DIFERENTE

O único formato de transmitir e receber TV, utilizado até dezembro de 2007 no nosso país, pouco se difere das primeiras transmissões que se tem notícias, ocorridas no inicio do século passado. Não erra quem afirmar que aparelhos de televisão produzidos nos anos 20 e 30, funcionariam ainda hoje aqui em nossa região.

A imagem com certeza vai ser ruim e em preto e branco, porque a evolução da transmissão para esse tipo de equipamento melhorou muito nesse período, mas a essência do sistema analógico é a mesma. Agora temos uma qualidade de imagem e som bem superior aos daquela época além é claro da cor, que entrou no Brasil no início dos anos 70.

Você lembra do Vila Sésamo? Era em PB, mas o Sítio do Pica Pau Amarelo já veio em cores. Lembra da roupa verde do Visconde?

Um pouco antes, quando o homem foi para a Lua, dizem que foi uma montagem de estúdio, mas de qualquer forma foi em preto e branco. Para a evolução dos equipamentos de televisão aquilo não representou muito, para a humanidade foi um grande salto.

Agora vamos ter um pequeno passo para a humanidade que vai significar um grande salto para a região.

O sistema de TV está mudando completamente, aquela TV de século passado não funciona no novo sistema, assim como o novo sistema não funciona com o sinal atual.

Quando um canal de TV transmite no formato analógico, significa que a imagem é construída basicamente pela variação da freqüência e da amplitude do sinal que chega a sua tela, assim também vai o áudio que é processado e amplificado para seus alto falantes. Na TV Digital é uma variação binária, a linguagem entendida pelos computadores.

A tela da TV é formada de milhares de pontos, que variam de cor e intensidade conforme o sinal de entrada. Essa associação de forma simplificada ocorre tanto na TV atual, quanto na nova tecnologia HDTV, o que muda é a quantidade de pontos e a forma como essa variação é imposta.

Como na fotografia, quanto mais pontos de resolução, melhor a imagem. Hoje as TV tem 525 linhas de resolução, ou seja, 525 pontos no sentido vertical, e aproximadamente 720 colunas no sentido horizontal. Esse cruzamento de aproximadamente 378.000 pontos desenham a imagem que assistimos nas TV´s do sistema analógico.

Estou colocando o número de pontos como aproximadamente, porque o NTSC tem 525 linhas como padrão, mas algumas delas ficam fora do campo de visão da TV, ou seja, fora da parte da tela que você vê. Depois que inventaram o High Definition (HD), o sistema atual recebeu um nome novo, agora é o SD (Standard Definition).

Com o sistema novo, a imagem, o HD, temos 1080 linhas e 1920 colunas, o que dá aproximadamente 2.073.600, quase 5,5 vezes mais pontos para registrar a mesma imagem, ou seja, uma resolução quase 6 vezes maior.

O formato da tela passa a ser mais parecida com a tela de cinema, é tornou-se retangular, na proporção 16 x 9. Esse formato é mais adequado a forma da visão humana. Com isso muita coisa muda na produção dos trabalhos.

Outra característica que se assemelha mais com o cinema é o campo focal, que fica muito mais crítico, pois com mais resolução, qualquer errinho na focagem vai diretamente refletir na imagem fora de foco, sem choro nem vela.

Para quem trabalha com produção em TV, muita coisa vai ser diferente, a iluminação, a maquiagem, os cenários, tudo tem que ser pensado de forma mais detalhada e precisa, pois qualquer falha aparece.

Para usufruir 100% da qualidade da TV digital, você precisa ter em casa uma TV FULL HD com conversor digital embutido, ou com uma caixa conversora externa.

Caso tenha uma TV de LCD ou Plasma, com resolução inferior, (esse tipo o mercado varejista chama de HDTV Ready), também pode usufruir, ligando a uma caixa conversora, mas nesse caso a resolução vai ser limitada pela resolução da TV.

Também é possível ligar uma TV atual a um conversor, mas nesse caso o sinal melhora de qualidade, somem os fantasmas e ruídos, mas a resolução também é limitada pelo televisor.

Mas porque o conversor digital?

Como tinha falado antes, a TV digital é transmitida na linguagem de computador, por isso a freqüência de onda que antes “transportava” 1 canal de televisão na qualidade SD, hoje pode transportar 2 canais de alta definição e um canal para equipamentos móveis.

Para facilitar um pouco, quem tem antena externa em casa, recebe uma emissora de TV convencional por VHF ou UHF (depende do canal que você assiste da TV Aberta). Aquele número na sua TV significa que você sintonizou uma “transportadora” de sinal de TV. Tecnicamente chamamos de portadora. O circuito de sua TV retira a portadora e usa o áudio e o vídeo para exibir seu programa escolhido.

Já a “transportadora” do canal de TV Tribuna Digital, permite transportar mais de um sinal, a função do conversor é extrair o sinal de áudio e vídeo correto para ser enviado para seu televisor. Alguns televisores já tem o conversor digital embutido.

Quem não quiser comprar nada, vai continuar a receber o sinal da mesma forma por até 2016.

Outra vantagem da TV digital é poder assistir TV em qualquer local, com receptores portáteis. Para isso existem as mini Tv´s, receptores tipo pen driver para Laptop´s e computadores e recepção em celular. É o que chamamos de portabilidade.

Se você mora em prédio, pode até questionar que isso já existe, toda guarita tem uma TV Portátil, não é verdade?

Tudo bem, mas tira a esponja de aço da antena e dá uma volta no quarteirão para ver que isso não pode ser considerado um equipamento dotado de portabilidade.

Os receptores portáteis da TV digital funcionam mesmo em movimento, sem queda de sinal ou chuvisco, quando dentro da cobertura do sinal digital.

Como somos brasileiros e o número de TV´s em nosso pais é maior que o de geladeiras, essa nova tecnologia vai mexer com uma das paixões do nosso povo.

UM PROJETO PIONEIRO EM HDTV



O projeto Caminhos de São Paulo, veiculado na TV Globo de São Paulo e patrocinado pela Drogaria São Paulo foi o primeiro projeto especial a veicular 2 comerciais em alta Definição por mês no páis e, até hoje, já veiculou 24 filmes em HDTV, o maior volume de filmes nessa tecnologia no país. É um projeto criado pela Tv Globo/SP em parceria com a Release.

Silvio Reis Junior – Formado em Comunicação Social com especialização em Radio e TV na FAAP- SP, Pós-Graduado em Marketing Político pela USP. Produtor de Vídeo, diretor da Release Eletrônico. Trabalha com HDTV desde dezembro de 2007.

O MEIO, NEM SEMPRE, É A MENSAGEM.

Para todos que passamos uma parte de nossas vidas nas cadeiras dos cursos de Comunicação Social, não é nenhuma novidade falarmos sobre teoria da comunicação.

É básico para todos, que da comunicação tiram seu sustento, saber que um processo comunicativo é completo quando temos um EMISSOR, um RECEPTOR, um MEIO de transmissão e uma MENSAGEM. Como aprendemos, esses são os pilares básicos de processo comunicativo, que precisamos saber para nosso bate papo.

Enquanto publicitários, fica fácil identificarmos o emissor de nossa mensagem, já o receptor demanda um pouco de trabalho, mas esse não é o ponto importante nesse momento.

Quero chegar a dupla meio e mensagem. O primeiro elemento é a ponte entre o EMISSOR e o RECEPTOR. É o MEIO que coloca sua mensagem na “cara” de seu RECEPTOR alvo. É como se fosse um vendedor de seu cliente colocado frente de um RECEPTOR alvo, que para facilitar, vamos chamar de comprador. Resumindo o MEIO coloca um vendedor de frente com o comprador.

Mudando um pouco de assunto, há alguns anos atrás, produzi um comercial para um cliente, que não vou revelar o ramo para preservar-lo.

Campanha criada, recebemos o roteiro, produzimos o filme, o cliente aprovou e lá foi à fita para emissora.

Passado um tempo, fui eu e o atendimento da agência visitar o cliente. Conversa daqui, conversa dali, chegou à hora fatal. A pergunta não podia mais ser adiada.

- Como foi o resultado da campanha?

O cliente olha pra mim e diz:

- Não deu resultado nenhum.

Senti aquela vontade de voltar à fita e perguntar para que time ele torcia, mas palavras que saem da boca não voltam mais e o mal estar já estava criado.

Perguntei se não tinha sido vendido nem um apartamentozinho, mesmo que fosse o do zelador. O cliente soltou aquele sonoro, “NÃO”.

Pensei mais uma vez e perguntei, mas não veio nem um clientezinho há mais no escritório?

Ai o cliente fez a seguinte revelação:

- Isso até veio, eu tinha uma média de 3 visitas por dia e passou para 8.


Isso mesmo, meu cliente, (o EMISSOR), contratou uma agência e uma produtora para criarem e produzirem seu comercial (a MENSAGEM) , contratou um veículo com uma das maiores audiências na região, (o MEIO), e conseguiu atingir seu público alvo (RECEPTOR), compradores potenciais daquele produto. Só faltou investir no mais importante: o treinamento de seus vendedores, para que eles conseguissem abordar seus compradores com argumentos pertinentes para concretizar a venda.

O que aconteceu?

Vendedor que não falam a língua do comprador, NÃO VENDE.

Lembra da associação que fizemos lá trás, de que o MEIO coloca um vendedor na frente do comprador. Faltou falar da MENSAGEM, que no caso do meu cliente aqui de cima, poderíamos chamar de treinamento do vendedor.

A MENSAGEM (argumentos do vendedor), mal feita (imperfeita), não convence (não vende), independente do veículo escolhido.

O que temos visto nos últimos anos é um completo desprestigio da MENSAGEM, perante o MEIO, por parte do EMISSOR. Canaliza-se a maior parte da verba para atingir a maior parte possível de RECEPTORES, sem “treinar” os vendedores.

Lembra daquele meu cliente, que com a campanha publicitária, mais que dobrou o fluxo de clientes no seu ponto de venda, mas seus vendedores sem treinamento não conseguiram transformar esse aumento de fluxo em vendas. Se ao invés de aumentar de 3 para 8 clientes dia, o fluxo fosse para 28 clientes dia, será que vendedores mal treinados iriam vender algum produto?

A resposta é NÃO!

A parte mais importante de um processo de comunicação é a MENSAGEM, porque é ela que determina a forma que queremos que nossos RECEPTORES reajam, que atitudes queremos que eles tenham, que eles tenham o desejo de comprar que queremos criar neles.

E o mais importante, os ensinamentos que nos publicitários aprendemos nas Universidades é o de assessorar os EMISSORES, a identificar seus RECEPTORES, escolher os MEIOS e principalmente criar as MENSAGENS.

O que vemos hoje é a MENSAGEM e seus criadores serem menos importantes que o MEIO, se isso não for melhor analisado por todos, vamos chegar ao tempo em que o MEIO vai ser a MENSAGEM, não da forma que MCLUHAN preconizou, mas pelas nossas próprias falhas e assim, nossa PUBLICIDADE vai voltar à época da PROPAGANDA.

Para quem não sabe:

PROPAGANDA. 1. Expressão genérica, que envolve a divulgação do nome de pessoas (propaganda eleitoral ou profissional), de coisas à venda (mercadorias, imóveis, etc.) e também de idéias (propagada dos Evangelhos, do Comunismo, do Nazismo, etc.). 2. Quando tem objetivos comerciais chama-se preferencialmente, "publicidade", que tanto pode ser direta (anúncio), como indireta ou institucional. (Dicionário Enciclopédico de Jornalismo, 1970).

PUBLICIDADE. 1. Arte de despertar no público o desejo de compra, levando-o à ação. Conjunto de técnicas de ação coletiva, utilizadas no sentido de promover o lucro de uma atividade comercial, conquistando, aumentando ou mantendo clientes. (Dicionário de Propaganda e Jornalismo, 1986).

Silvio Reis Junior – Formado em Comunicação Social com especialização em Radio e TV na FAAP- SP, Pós-Graduado em Marketing Político pela USP. Produtor de Vídeo, diretor da Release Eletrônico. Trabalha com HDTV desde dezembro de 2007.